domingo, 25 de outubro de 2009

Falando de sexo



Entre mulheres, o assunto ainda é pouco abordado. Ao contrário dos homens, que discutem suas atividades sexuais com eloqüência e orgulho, nós falamos pouco sobre a intimidade. É claro que falamos sobre isso com mais naturalidade do que nossas avós o faziam. Mas, mesmo nos círculos mais liberais, é possível notar uma barreira translúcida, quase imperceptível, que filtra e poda nossa liberdade. Em conseqüência, criamos uma série de fantasias românticas, culpamos a nós mesmas pelo desempenho fraco de nossos parceiros, e recorremos a uma extensa variedade de vocábulos eufemistas. É uma verdade antropologicamente explicada: nós temos vergonha em tratar de sexo.




Desde pequenas somos treinadas a preservar nosso corpo. Quantas de nós não escutou um “Fecha as pernas, menina!” da mãe na infância? A sexualidade feminina sempre foi reprimida. Em casa, poucos pais têm jogo de cintura para instruir suas filhas, a maioria recusa-se a aceitar que suas garotinhas possam ter uma vida sexual ativa. As consequências dessa atitude vão ser tratadas depois. O foco aqui é a maneira como grande parte das mulheres não se sente à vontade para explorar o terreno do sexo como uma modalidade de prazer carnal. Práticas perfeitamente normais, como a masturbação, ainda são tabu entre nós. Ficamos em desvantagem.



É claro que o mundo evoluiu muito nesse aspecto. Analiso o problema pela ótica conservadora, mas, por outro lado, não podemos desprezar o outro extremo da ascensão sexual feminina. Aqui, o grande risco é a banalização. Sei que as meninas estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo, e não é essa a liberdade da qual precisamos. Encarar o sexo com mais naturalidade não significa trocar de parceiro como quem troca de roupa. A promiscuidade da prática casual carrega, além das implicações na saúde, a perda de valores fundamentais. Sexo é instintivo, primitivo e animalesco. Mas também é divino, e deve ser feito com amor. O amor que não se encontra em qualquer esquina.



Você com certeza já ouviu alguma mulher dizer que não sente falta do sexo. Talvez a dita cuja ainda não tenha encontrado um rapaz suficientemente bom no negócio, ou apenas repreendeu-se demais. Se as mulheres conseguissem conciliar seus próprios desejos com a necessidade de ser a
madas, não seriam tão frequentemente usadas como objeto, sacrificando o próprio prazer em prol do parceiro (confira o próximo texto da Mirella Pessoa). O ideal é ser feliz, na cama e fora de
la!

Por Fabiane Guimarães

5 comentários:

  1. tava esperando ansiosa pelo teu texto.. como diria iasminny: Nossa equipe é mesmo mt boa.
    e já anunciando meu texto, né. vou ter q aprimorá-lo pelo que eu to vendo..
    muito bom fabi..
    quanto ao medo de falar sobre sexo, eu que o diga!

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  2. Ótimo Fabi! O blog tá deslanchando e novamente vou dar os meus pitacos.
    Bem. Os homens não falam tanto sobre sexo assim não. Na verdade fazeremos comentários de ordem sexual com frequência, mas falar de si próprio não é muito comum. Não costuma-mos trocar experiências. Um fator interessante: a mente de um homem é muito visual, então se ouvimos uma história costumamos imagina-la acontecendo. Se seu amigo vai te contar das experiências sexuais dele você vai imaginar o ato. Isso é um tanto desagradável =]
    Mas falamos de masturbação naturalmente e desde criança assistimos filmes, vemos revistas e sites. Inclusive compartilhamos e comentamos. Mas usando pouco a primeira pessoa =]

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Acredito que sexo é pra ser bom e ponto. Se vc precisa de amor ou de respeito pra que ele seja bom entao isso é fundamental no sexo. Também gostei do comentário do Gabriel. Homens falam de Sexo (impessoal) mulheres falam de amor(de si). Se invertessemos os papeis as mulheres poderiam conhecer mais seus corpos e os homens suas almas.

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  5. Texto mt bem feito.
    Falou comigo...tenho vergonha de falar de sexo, mas agora sou da FAC.
    Parabéns meninas pelo blog! show!
    sempre que rolar faco uma visitinha!

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