terça-feira, 27 de outubro de 2009

Preconceito Musical



Acho que já ta na hora de postar alguma coisa aqui no EntreSutiãs. Um assunto que há muito tempo vem me chamando atenção e que tem de fato me incomodado no meu "universo universitário" é o preconceito musical. Engraçado como em um meio onde é inadmissível o preconceito de raças, baseado na cor da pele e de sexualidade, ainda exista esse tipo ridículo de discriminização. Quando a sexta-feira se aproxima e nas rodas de conversa começa-se a planejar as saídas do fim de semana é que tudo começa.

Alguém recomenda aquele churrasco de sábado a tarde, onde pagode, samba e sertanejo dominam. O outro grupo, funkeiro frenético, diz logo que não rola, que ninguém é obrigado a ouvir sertanejo ou a virar rainha de bateria de escola de samba. E por aí vai... Do outro lado a galera que só curte rock e mpb protesta e umas minorias que só ouvem metal ou música emo desdenham dos demais e se fecham em seus grupos.

Eu sou como a Mirella que em um post anterior, afirmou que ouve de tudo, e sinceramente odeio as pessoas que começam a julgar os outros de acordo com seu gosto musical. Música é cultura independente de letra ou melodia. Acredito que tudo aquilo que nos é ofertado tem o seu lado produtivo, não há nada de que não se possa tirar algum proveito. Antes de criticar e afirmar com todas as letras que não curte, que tal conhecer de fato? Ouça, cante, dance, curta. Se ainda assim não curtir de forma alguma, pelo menos você vai poder falar mal conhecendo e não pré-julgando.

A liberdade de expressão tão idealizada por todos, também inclui a música. Se você só gosta de funk e acha pagode uma porcaria pode continuar pensando assim se quiser. O problema é que as pessoas têm a mania de se comportarem de forma tão cética afirmando que gostam de umas coisas e desgostam de outras, que nem ao menos param para analisar de onde vêm esses gostos, qual a origem do preconceito a determinados tipos musicais. Se não quer ser julgado, não julgue. Se quer ser respeitado, respeite. E experimente. Novas experiências, sem dúvida, apimentam a vida.

(Por Marina Dutra)

9 comentários:

  1. Concordo em número, gênero e grau!
    A pessoa tem direito de não gostar de algum estilo, mas demonizá-lo já é outra história!
    E viva o sertanejo, e viva meu Goiás vééi

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  2. Frase de orkut:
    Preconceito, é um jugamento sem conhecimento.
    E outra, se não gosta fica na sua não precisa esculachar o gosto do outro não.
    Respeito é bom e todo mundo gosta ;)
    =*

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  3. Marina pega as pessoas de surpresa com o post, mas abafa e nao fica por baixo.
    Adorei, Marina. Colocaçoes pertinentes e de muito bom gosto.
    =)

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  4. Olha, esse papo é claramente um discurso de quem quer se explicar por rebolar enquanto ouve axé, ou mesmo cantar baboseiras sertanejas sem sentido, e ao mesmo tempo parecer que não é cafona e não tem um conhecimento musical limitado ao que aparece nas rádios ou no Faustão (ou Domingo Legal, que seja). Na realidade se eu estudando na UnB e tenho cultura acima da média da população então meu gosto musical DEVERIA ser diferente.
    Em tempo, não preciso experimentar veneno para saber q não vai me fazer bem...

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  5. hahahaha. Por possuir cultura acima da média [por estar na Unb o.O] é que as pessoas deviam se permitir a conhecer outros estilos. E todo mundo que tem um minímo de instrução para estar lá dentro, deveria saber que preconceito (de qualquer tipo) é ignorância. Experimente Sr. Anônimo ;)

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  6. Eu tenho um texto sobre música atual, que precisa de uma revisão, mas que diz um pouco sobre isso. Existe um paradigma da galera da comunicação que diz que ouve de tudo, mas é pura mentira.
    Esse preconceito não é de tudo ruim, aliás preconceito não é de todo ruim. Mas eu posso afirmar com segurança, que, numa festa, a música faz uma diferença crucial. Pode não ser a primeira, mas talvez a segunda coisa mais importante numa festa. Mesmo que você esteja aberto, goste do estilo, se não tocar músicas que você conhece, você desanima. Aí a música passa a ser secundária e uma boa bebida, uma boa conversa com amigos pode ser a melhor opção pra se divertir.
    Esse preconceito é uma forma de defesa contra o tédio e um final de semana ruim. Música que você não gosta tocando o dia inteiro na sua cabeça te irrita. Mesmo que você seja eclético (o que também não é nenhuma qualidade) existem uma pá de músicas que você não gosta. Mesmo que você seja aberto a novas experiências, a música tem vida e pode te irritar profundamente. :)

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  7. Mas eu ainda acho que a questao da vida na musica tem mais a ver com a sensação e vibraçao dela nas pessoas do que na "vida" à lá Chico Xavier nas pessoas....
    Não consigo enchergar lados positivos em um preconceito. Não é nem de longe uma forma de auto defesa que é intrínseco ao nosso ser animal primitivo. Preconceito é sonônimo de exclusao, o que também não alimenta coisas boas.
    Sou à favor de "grupos de amigas" "boites GLS" "grupos de estudos" "maníacos por Pokemon" cada um tem sua afinidade....eu mesmo nao gosto nem pretendo gostar de tudo.
    É balela falar em ecleticidade? Utopia?
    Talvez.
    Mas ainda sou à favor da teoria.

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  8. dutra, adorei o texto ;)
    muito bem escrito,ideia bem exposta hehe
    concordo com tudo o que você disse.
    todos falam que nao existem culturas inferiores nem superiores. A música nada mais é do que a expressao de culturas, valores, costumes de uma sociedade ou grupo. Julgar um estilo musical é também julgar toda a sociedade representada por ela.

    :*

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