Na onda do Panetone

Contagem regressiva...

O Natal vem chegando e ao contrário daquele espírito de solidariedade que poucos ainda carregam o que se vê é a já amiga, corrupção. Não é de se estranhar que em uma sociedade onde as pessoas gastam o seu tempo em shoppings lotados, comprando sacolas e mais sacolas de presentes, os políticos escondam dinheiro nos bolsos, bolsas, cuecas e meias.

Natal virou sinônimo de consumo. Lucro para os lojistas, aperto no orçamento do trabalhador que se vê obrigado a comprar um Playstation para o filho mais novo, um Iphone para a filha adolescente, um presente para a esposa, para o amigo-secreto da empresa e por aí vai. Tornou-se também o descontentamento do pobre, que se esforça para ao menos ter o que levar a mesa no dia da ceia, que em outras casas é baseada na fartura e no desperdício do dia seguinte.

O verdadeiro sentido do Natal? Esse já foi esquecido. É só sair às ruas e observar a enorme quantidade de pedintes em busca de uma "esmolinha" para o Natal. Ou olhar para dentro de suas próprias casas onde as crianças fazem birra se não ganharem exatamente aquilo que pediram ao Papai Noel. Natal é tempo de encontro, reconciliação. Não é válido uma família passar o ano todo brigada, se reunir na noite do dia 24 como se nada tivesse acontecido, e continuar brigada pelo resto do Ano Novo.

Por Marina Dutra

Antes de reclamar e quebrar tudo na câmara, por causa do maior escândalo político que a capital já teve (pelo menos o maior já descoberto), que tal olhar um pouquinho para o próprio umbigo e tentar corrigir a ambição que existe em cada um de nós? Natal também é tempo de perdão. É claro que não podemos fechar os olhos (como anteriormente já fizemos) para o cara-de-pau do político que desviou milhões do nosso dinheiro, com a desculpa de comprar panetones. Mas o essencial é não nos esquecermos daquilo que realmente importa. Do real sentido de solidariedade, amor e perdão, que certamente não se apresenta no consumo exacerbado.