quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Homens, Mulheres e Relacionamentos

Queridos leitores, (não apenas no feminino, pois sei e espero que muitos homens naveguem por este blog), hoje estou abrindo a coluna “crítica” (na falta de um nome melhor, pois bem sei que nada sei de coisa alguma) e de comentários deste blog, levando a vocês livros, textos, músicas, filmes, sites, notícias e um imaginário número de informações que, humildemente, creio acrescentar-nos algo de interessante (ou não).
Inicio uma reflexão a respeito do livro “Homens, Mulheres e Relacionamentos” de John Gray. O título muito se parece com velhos clichês que de tão ultrapassados, passaram até da fronteira da auto-ajuda. Este, porém, não se enquadra nisso.



Homens, Mulheres e Relacionamentos vem com a proposta de mostrar os caminhos para um relacionamento mais equilibrado, embora os caminhos utilizados para isso sejam difíceis de ser trilhados.Tudo parecendo, ainda, muito clichê e pegajoso.
O autor, porém, que também é o escritor do best-seller Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus, é psicólogo e dedicou o livro Homens, Mulheres e Relacionamentos, à morte do pai, que, nas palavras dele, era “um homem generoso e compassivo, (...) que sempre ajudou aos outros, mas que não sabia como realmente se abrir com alguém, ou abrir espaços para os outros em seu coração”, e o levou a perceber sua responsabilidade para com aqueles que pudessem estar presos dentro de seus corações.
Já na Introdução, John inicia seu discurso de forma tão bem humorada que faz-nos entender com tamanha simplicidade que existem, sim, diferenças, que são por vezes inevitáveis, mas que são passíveis de mudança e compreensão.
Fazendo um flashback milenar, ele mostra que muitas das características que nós, mulheres, criticamos em um homem, são herança de um tempo histórico que se enraizou e virou hábito; “Durante milhares de anos um homem saía para caçar, esperava pacientemente, e então, numa explosão de energia, corria atrás do animal que estava perseguindo. As qualidades que faziam de um homem um bom caçador – espera, atenção, conservação de energia – agora parecem vadiagem e preguiça. (...) Quando uma mulher vê seu homem sentado diante da TV, com o controle remoto na mão, ela toma isso como uma questão pessoal, e erradamente conclui que ele não se importa com o relacionamento”.
E como um desabafo, o autor reflete o fato de que “Em certa época, podia ter sido o bastante para os homens sustentar a mulher apenas satisfazendo suas necessidades físicas, mas isso não é mais verdade. As mulheres agora sabem que são capazes de cuidar de
si mesmas no sentido material: elas precisam do apoio emocional de seus homens. Agora, os homens querem ser amorosos e oferecer apoio, mas é apenas o início de um processo de ajustamento.
Geralmente quando uma mulher diz que quer conversar, o homem pensa “Ah, não! Conversar, não, de novo!”, e é a mesma reação que os homens tiveram na primeira vez que foram caçar. “Oh, não. Tenho que matar aquele animal? Tenho que fazer isso? E se ele me pegar?”. Havia medo, apreensão, mas foi aprendido e hoje o homem se depara com o problema dos relacionamentos atuais, que por vezes pode aparecer em forma de dinheiro, mas que nada mais é do que a comunicação.
Os relacionamentos de hoje em dia precisam alimentar as necessidades emocionais do casal – e as necessidades emocionais de uma mulher são diferentes das de cinqüenta anos atrás, tanto quanto as dos homens.John Gray nos leva a entender que para um homem, o verdadeiro amor é quando você não tenta mudar ninguém. Quando ele encontrar a pessoa “certa”, ele a mostrará seu coração e a amará do jeito que ela é. Um homem quer o mesmo em troca. Mas a maioria das mulheres não sabe disso.Em contrapartida, uma mulher deseja encontrar um parceiro que a faça se sentir bem, que goste dela e que a ame. Mas em algum lugar lá no fundo ela está pensando “Ele tem potencial. Vou amá-lo. É só ceder que ele mudará”.
E é verdade, homens, nós mulheres vamos querer mudar seus hábitos, suas posturas, opiniões, mas nós podemos aprender a trabalhar isso, da mesma forma como vocês aprendem a olhar-nos nos olhos e conversar.
Um detalhe muito importante, ressaltado pelo autor ao citar seu outro livro é a noção de que somos de planetas diferentes e por isso, no nosso planeta de origem, existem hábitos diferentes: as mulheres falam e os homens se calam e tentam resolver problemas.
O que faz um homem se sentir bem em Marte é sentir-se competente e ter outras pessoas reconhecendo suas habilidades. É por isso que os homens geralmente não param para pedir orientação: “Veja como sou competente e nos levo a chegar ao nosso objetivo”. A última coisa que um marciano quer é escutar de sua parceira que está perdido, pois durante milhares de anos os homens foram caçadores e guias que orientavam a tribo.

Dica para as mulheres: se um dia quiserem recarregar as baterias de um homem, basta mostrar-lhe algum apreço. Não o lembre que suas baterias estão fracas, ou que ele está dirigindo ao redor de um mesmo quarteirão por 15 minutos. Garanto que ele sabe.
Dica para os homens: para as mulheres, conversar é um modo de sentir-se melhor. Muitas mulheres hoje trabalham e não conseguem satisfazer suas necessidades emocionais durante o dia. Nesse momento, encontrar soluções não vai fazer com que a mulher se sinta melhor. O que ela está procurando é um pouco de empatia, alguém que se disponha a escutá-la.
Finalizando este post com a certeza que nos encontraremos novamente, é preciso reconhecer que não mudamos de um dia para o outro. Quando as pessoas cometem erros, elas simplesmente precisam de outra chance, e reconhecer isso é o primeiro passo para que depois sejam dados o segundo...o terceiro...
Espero, ansiosamente, pelos comentários e opiniões do post, para que essa comunicação entre nós não morra. Eu deste lado da tela do lap top, vocês do outro lado, em algum lugar do mundo.

Próximos capítulos nos próximos posts! Eles serão menores, prometo!

(por Iasminny Cruz)

5 comentários:

  1. oh, vcs pediram veio um homem comentar aqui ;D

    da parte do marido com o controle remoto na mao...
    pode ser uma tentativa dele de aprender nas
    novelas como tratar melhor sua amada esposa?

    nao? xD

    www.ovolumeunico.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. hahaha. Ótima desculpa Lucas. Mas acho que as mulheres gostosas e outras coisas do genêro motivam muito mais os homens a verem novelas do que o fato deles agradarem suas esposas =x

    ResponderExcluir
  3. Vale dar sugestões para o nome das colunas?
    Sugiro: "Provador".

    Queria adicionar algumas coisas a teoria do caçador. Desde a infância os meninos crescem em um ambiente de jogos e competições que simula a guerra. Exercitando suas habilidades sociais de caçador e guerreiro. Homens conversam e leem muito pouco sobre relacionamento até ter sua primeira namorada.

    ResponderExcluir
  4. segundo a teoria de desenvolvimento de gênero de Chodrow a primeira diferença do desenvolvimento social do homem e da mulher é que o menino é cedo levado a se afastar da mãe ao contrário da menina. Com essa ruptura a maculinidade primeiro é percebido como o que não é feminino. Não ser "mulherzinha", "filhinho de mamãe". Então nos desenvolvemos independentes, auto-suficientes, durões, com uma visão analítica das coisas. Por outro lado não aprendemos a manter relacionamentos profundos e duradouros e a entender os nossos sentimentos e os dos outros. Dessa forma para Chodorow para o homem a relação íntima é ameaçadora enquanto para a mulher é necessária.

    ResponderExcluir
  5. O links para os orkuts de vocês não estão funcionando =]

    ResponderExcluir