terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Do amor verdadeiro








Este post é um manifesto indignado e não descarto a hipótese de ser retirado pelas outras integrantes do Entre Sutiãs, e vocês saberão por quê. Trata-se de uma crítica, alguns dirão azeda, contra a série de livres e filmes homônimos que estourou na mídia e arrebatou o coração de muitas garotinhas: Crepúsculo (ou prepúcio, na versão escrachada da Desciclopédia). É uma distorção tão grande do mito vampiresco que o Conde Drácula deve ter descido de seu caixão e se auto empalado lá pelas bandas da Romênia. Mas seu delito maior é fazer acreditar em um amor que não existe.


Verifiquei de perto. Li o primeiro livro e acompanho os filmes, para ver se mudo de ideia. Não sou do tipo implicante, outsider, que odeia tudo que é pop. Apenas me irrita o fato de que até o menor sinal de canalhice do Edward Cullen seja fruto de sua nobreza intocável. Os livros são uma fantasia em todos os sentidos. Afinal, não podemos desejar os vampiros e querer que os homens não existam.




O final de Crepúsculo




Queria deixar bem claro que não estou refutando a existência do amor. Sei que ele existe, e abastece os seres humanos com o tal sentido da vida. Mas esse amor, de tão humano, é igualmente imperfeito. E esse é o primeiro grande deslize de Crepúsculo, ao colocá-lo em um pedestal de pureza e devoção. O amor também erra. A sua principal característica não é ausência de falhas, e sim a capacidade de perdoar. Acreditem, pode até trair, porque nem sempre resiste a tentações. E receber de volta quem já pisou na bola é prova insuperável de sua grandeza. A gente ama é pelos defeitos.



Um problema é todo esse rebuliço e endeusamento em torno da aparência do personagem. O amor real, esse que está na peleja há tanto tempo, não cultua a beleza. Muito pelo contrário: aceita a feiúra. Quem busca encontrá-lo usando apenas o corpo e os detalhes estéticos frequentemente se decepciona por virar objeto. Não é que os homens não queiram uma companheira bonita, e vice-versa. Mas existem várias formas de beleza, e nem todas brilham como diamante quando expostas ao sol. Além disso, não se ama pelo que se tem, mas pelo que se é!


Outra imensa bobagem é dizer que duas pessoas que se amam de verdade não conseguem viver separadas. Conseguem, sim, e a sua maior proeza e fazê-lo sem perder o sentimento. Nisso o filme Lua Nova acerta, quando Bella não esquece Edward mesmo depois do abandono, mesmo ao lado daquele gostoso, tudo de bom lobisomem admirável.

Chega de ilusões e vampiros encantados. Vamos nos ater ao que é palpável e indiscutível: o amor do cotidiano. Bem menos glamouroso, e nem por isso desprovido de afeto. É um sentimento despido de orgulho e repleto de aceitação. Esse sim é imortal, tão imortal que já nasce com as pessoas e continua com outras quando elas se vão. Como diz o famoso versículo bíblico: não quer o mal, não sente inveja ou se envaidece. Não é egoísta ou exclusivo, caso fosse jamais poderíamos amar tantas pessoas ao longo da vida. Fiquemos com o deleite da ficção, mas, meninas, não terminem com seus pobres namorados esperando um Edward da vida.


Por Fabiane Guimarães

Agora podem me matar.

10 comentários:

  1. uhuuuuuu, Fabiane Guimarães!!!
    Eu tenho sim algumas réplicas às sua crítica, mas acredite, tenho que sair agora com minha prima e terei que te fazer esperar para que saiba minha opiniao a respeito do texto.
    É bom, no entanto, saber que seu texto me deixou muito bem e feliz... a mágica do livro nao está em ser Edward ou Bella ou Jacob ou someone else... está exatamente nisso que vc, Fabi, faz tao bem e que me deixa feliz: vc prende com sentimento tudo que escreve.

    Nada de síndrome Cinderela - síndrome Bela Adormecida....síndrome SEMPRE ESPERAREI MEU PRINCIPE... mas a mágica é isso mesmo.
    Vc tbm faz mágica, Fabi.

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  2. ...mas eu acho que a Mih vai te bater! kkkkkkkkkkkkkkk

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  3. euu, jamais... de fato eu jah sabia da repulsa da fabi em relação à saga. Mas o que há de mal em uma pessoa melosa, romântica e totalmente crédula em tudo que se diga fantasioso ser feliz pelo menos no momento da sua leitura.
    Tudo bem, em toooodo o texto, posso falar que eu adorei a parte em que você falou bem de lua nova e do inegável gatíssimo jacob. Apesar da minha personalidade sonhadora eu vejo sim a realidade e tem sentido o que você diz... Hoooowever, acredito no sucesso do livro, por que nem todo mundo vive só de realidade, caso contrario, o que seria de harry potter, cinderela, romeu e julieta, tão ou mais fantasiosas quanto. E acredite, a minha versão de Edward da realidade é muiiiiito mais divertida, e sim, cheeeia de defeitos que tornam as coisas bem mais interessantes.
    p.s.: uma ressalva, sim, se você estivesse aqui eu te bateria =P

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  4. Vocês podiam escrever um texto elogiando Crepúsculo, já que muitos dos nossos leitores devem gostar, e estão tão putos comigo quanto KSOPAKEOPKSAPEK


    PS: ainda bem que eu estou em Formosa, very far away.

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  5. Comecemos, pois: [decupagem]
    1-"Mas seu delito maior é fazer acreditar em um amor que não existe."

    DELITO, Fabi? Pocha....nome meio criminoso pra um amor que tras de volta o suspiro e a vontade de se encontrar um amor profundo, mesmo que insensato.

    2- "Apenas me irrita o fato de que até o menor sinal de canalhice do Edward Cullen seja fruto de sua nobreza intocável. Os livros são uma fantasia em todos os sentidos. Afinal, não podemos desejar os vampiros e querer que os homens não existam."

    Bom, aqui ja posso refutar o seu argumento ao dizer que a serie tras a esperança de um amor perfeito que nao existe...se Edward tem sinais de canalhice (e olha que eu nao os achei)...é justo esperar vampiros, ja que se assemelham aos homens nisso \o/ ponto pra mim, pronto falei...kkkk

    3 - Pou, Fabi, a foto do fim da série é muito boa kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    4- "A sua principal característica não é ausência de falhas, e sim a capacidade de perdoar."

    Amiga, sugiro que vc leia os outros dois livros...e o Lua Nova, inclusive.

    5 -"Um problema é todo esse rebuliço e endeusamento em torno da aparência do personagem. O amor real, esse que está na peleja há tanto tempo, não cultua a beleza. Muito pelo contrário: aceita a feiúra."

    Sim, é.....ponto pra vc! =D

    6 - ". Fiquemos com o deleite da ficção, mas, meninas, não terminem com seus pobres namorados esperando um Edward da vida."

    Oh, Edwarddddd....vem que te espero. Oh, homem que arrebata meu coraçao a lugares nunca antes imaginados, vem, óh Edward, estou a tua espera... =D

    PS. Prefiro Harry Potter

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  6. Harry Potter nem entra na discussão. É muuuito melhor! Além de ter uma trama consistente, é bem escrito.

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  7. kkkkkkk

    concordo com tudo o que a Fabi disse, mesmo tendo lido frenéticamente todos os livros da série!

    A história é bonitinha, nos faz sonhar novamente com o princípe encantado, ou com o lobo mal materializado na pele do vampiro bonzinho.
    Mas li o livro já com os pés no chão, e confesso q toda a perfeição do Edward me irrita -.-
    Antes mesmo de ver o ator LINDO que interpretaria o Jacob, já era ele meu preferido, com o seu comportamento 'humano'. Acho que é verdade o que a Fabi disse que nos apaixonamos mais pelos defeitos do que pelas qualidades...

    A série é bonitinha sim, e vou ver todos os filmes, mas não da pra se afirmar que seja uma história bem escrita e estruturada. E não, não chega nem aos pés de Harry Potter.

    Acho que é mais uma modinha pré-adolescente, (desculpa meninas) -sim, eu tbm li- que sem dúvidas não vai se tornar eternizada, como Harry Potter ;D

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  8. \o/háaa!! Harry Potter pra vida kkkkkkkkk

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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