segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mudança de vestiário.

Qualquer que seja o ponto em que possamos estar, a vida é um processo que está sempre seguindo em frente.



A premissa parece lógica. E em si, o é.
O início da vida é um processo notável, cujos símbolos não são ainda completamente entendidos pela ciência ou pela psicologia, mas é literalmente isto: o início.
Somos expostos desde então, a infindáveis situações que moldam não apenas nosso caráter, mas o feitio de uma linha de equilíbrio (ou não) que nos puxa para frente ou nos prende em momentos de tensão e conflito.
- Aqui, abri-se uma exceção válida, ao tratar-se de síndromes fisiológicas tanto quanto psicológicas ou genéticas que estabelecem situações que diferem das nossas -


Mas o que nos padroniza como humanos é que a vida não se apega a si mesma; mesmo uma criança aprende e passa pelo processo do desapego: do peito materno à vida, no fim dela.
Nem a vida é própria dela. A vida é efêmera em si mesma. Passa.
- Já aí, uma gama inumerável de reflexões ataca. Vou afunilar o pensamento para poder seguir com o post, mas sugiro que em uma tarde qualquer, você, leitor, surpreenda-se com as reflexões que é capaz de produzir -


O fato é que a vida passa. Passa até mesmo agora quando lê-se estas linhas e acredite, não há forma de arrebatar os dias perdidos. Entra, por conseguinte, a avaliação de que dores de amor, músicas sensacionais, pessoas incríveis, gostos intensos, cólicas, aulas chatas, partidas de futebol, anos, carnavais, natais...passam.
Há quem diga que não se pode morrer sem antes "ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore".
Tomo, em contra partida, como uma não regra SER PAI (que é um outro ângulo do mesmo indício de TER UM FILHO), já que as dificuldade que incumbem essa situação podem impedir muitas pessoas de quererem ser pais, e isso não implicaria em uma pessoa menos realizada, embora sem essa experiência individual.
ESCREVER UM LIVRO que enxergo como membro do mesmo grupo de TER FILHOS, por ser uma reprodução de algo intimamente seu, um pedaço de si; é uma situação que não vejo pertencer apenas aos que possuem fluência de um código. Basta que esse LIVRO não seja apenas
isso: um livro (ou não somente ele), mas a passagem de um sentimento funcional, racional, verbal, emotivo...no fim a vida é o próprio livro. (auto-realização).
E PLANTAR UMA ÁRVORE, não é senão o único dos descritos que poderia sugerir como uma regra. Não por se tratar da árvore, da necessidade do replantio ou das mãos ao peito acompanhado do hino de "salve a mata", mas de devolver à natureza o que desde sempre recebemos e que é, por própria lei, intrinsecamente dela.
"Qualquer que seja o ponto em que possamos estar, a vida é um processo que está sempre seguindo em frente"
Vou fugindo do piegas, da auto-ajuda, do tapa no ombro seguido da frase "vai passar" e me restrinjo ao fato notadamente marcante, que induz não apenas reflexões noturnas, mas que esbarra na irracionalidade do:
OI GENTE, TA PASSANDO!
(por Iasminny Thábata)

Um comentário:

  1. O que foi isso? Iasminny filósofa zheeenti... Entre Sutiãs também é cultura, hehe.
    Adorei!!! Principalmente essa parte aqui:

    "O fato é que a vida passa. Passa até mesmo agora quando lê-se estas linhas e acredite, não há forma de arrebatar os dias perdidos. Entra, por conseguinte, a avaliação de que dores de amor, músicas sensacionais, pessoas incríveis, gostos intensos, cólicas, aulas chatas, partidas de futebol, anos, carnavais, natais...passam."

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