terça-feira, 3 de novembro de 2009

Game over



O fim de um relacionamento é um luto doloroso que deveria incutir mais respeito e solidariedade nas pessoas. A sensação é de engolir cacos de vidro, que vão rasgando nossas entranhas e esquartejando o coração em nacos de angústia. Ninguém está imunizado, já que a experiência é a moeda de troca mais valiosa que existe: arranca de nós muito sofrimento em troca de aprendizado. Agora, a boa notícia é que passa. Mas, para chegar lá, o caminho é longo e tortuoso. Não existem atalhos, e a única saída é confiar nesse grande senhor da reestruturação que é o tempo.

As mulheres, em particular, reagem das mais diversas maneiras. Algumas choram, até vomitam. Há aquelas que emagrecem a olhos vistos, enquanto outras encontram o amor em caixas de chocolate. A verdade é que a solidão assusta. Ter de recomeçar do zero, desistir de um sentimento, é cansativo e cruel. Ver a outra pessoa, não raro do lado de outro alguém, machuca. Então você fica deprimida, recebe mil e um conselhos de “não fica assim”, ao som de Roxette em plena madrugada de sábado. Ou anestesia suas sinapses com doses cavalares de tequila. A fossa é universal.
O engraçado é a forma como nossos amigos homens, na mesma situação, aparecem recuperados em tão pouco tempo. Não é apenas insensibilidade! É que, em matéria de dor de cotovelo, eles foram instruídos a resistir. Código de honra, o tão famoso “orgulho masculino”, que não admite a possibilidade de ficar em casa chorando por uma mulher. Devíamos adotar essa estratégia? Não estou bem certa. Essa técnica pode até sufocar a dor, mas não alivia a alma.
Atenção: enquanto algumas pessoas terminam seus namoros, outros simplesmente acabam. Perceber a sutil diferença entre colocar um ponto final e notar um que já estava lá é o primeiro passo para desistir de alguém. Existem histórias mutiladas que realmente precisam de continuidade. Mas, infelizmente, alguns finais são mesmo irremediáveis. Se esse é seu caso, não se desespere! Você não vai morrer por isso. O coração é um órgão que se regenera (graças a Deus!), e logo vai palpitar por outra pessoa. Paciência, cherry.
O ideal é acreditar no amor, com os pés bem fincados no chão.

Fabiane Guimarães

5 comentários:

  1. "os pés bem fincados no chão" Melhor conselho impossivel. Acreditar no amor, eu acredito, mas dói quando acaba, não vamos negar.

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  2. Quando se trata de amor somos sempre ainda mto inexperientes. Acho que é dificil falar de amor pq ele é um sentimento e nao cabe nas palavras... Por isso acho que me sinto tímida até para comentar quando o assunto é ele... Mas ao meu ver vc falou de coisas mto impostantes nas relações... me chamou atenção duas, uma já foi citada, outra: "arranca de nós muito sofrimento em troca de aprendizado".

    Tou gostando mto do blog. Parabéns a todas..

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  3. Os homens são mais adaptados a ficarem sozinhos. Segundo a teoria de desenvolvimento de gênero de Chodrow porque o menino é cedo levado a se afastar da mãe.
    Outra coisa é que o "código de honra" não diz que você não deve sofrer. Diz que você não deve sair dizendo. Ao invés disso você forma uma dupla sertaneja!

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  4. "Ninguém está imunizado, já que a experiência é a moeda de troca mais valiosa que existe: arranca de nós muito sofrimento em troca de aprendizado."
    Fato
    é vivendo e aprendendo.

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  5. Como sempre mais um texto "fodástico" hein Fabiane... Inspiração não faltou...
    Muito bom mesmo!!! parabéns...

    Bom, homens sofrem sim, mas mulheres sofrem mais.
    Reza a lenda q as mulheres vieram ao mundo para semear o amor, afeto, companheirismo e demais sentimentos "melosos" e o homem veio pra conquistar, lutar, caçar, cuidar da mulher, ensinar a razão, força e etc...
    Porém no mundo de hoje isso não se aplica mais, até pq tem muita mulher mais macho q muito homem e muito homem mais femea que muita mulher por aí... logo, é melhor fazer oq vc disse aí mesmo: Acreditar no amor mas com os pés beeeeeeeeem fincados no chão!!!

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